Se você mora em condomínio, pode ser que já tenha se deparado com essa situação: há convocação de uma assembleia para eleição de um novo síndico. Nenhum morador quer assumir o cargo. A reunião se transforma em um jogo de empurra-empurra até alguém se perguntar: “síndico profissional ou síndico morador: o que é melhor para o nosso prédio”?
Acompanhe o artigo para descobrir a resposta.
Papel do síndico
Antes mesmo de responder a pergunta, é preciso compreender qual é a função do síndico no condomínio.
Essa pessoa é responsável por gerenciar todas as questões ligadas ao empreendimento – do pagamento das contas à segurança e controle de acesso nas áreas comuns.
O síndico atua no gerenciamento dos funcionários e terceirizados e na resolução de conflitos de interesse entre moradores.
Ele deve ser eleito em assembleia condominial, por maioria absoluta de votos. Trata-se de um processo democrático, que, em geral, estabelece um mandato de um ano.
Eleger um representante para tomar a frente das decisões e atividades do prédio é fundamental para garantir que todos cumpram as normas.
Quando não há uma liderança escolhida pelos moradores, há risco de caos no que se refere à convivência no condomínio.
Cabe aos moradores escolher se desejam votar em um síndico morador ou profissional e fiscalizar o trabalho dele.
Síndico morador
Geralmente, a primeira escolha dos condôminos é eleger um síndico morador. Principalmente quando se trata de condomínios pequenos e com poucos habitantes.
Descubra as vantagens e desvantagens desse tipo de síndico.
Vantagens
- O custo do síndico morador é mais baixo – na maior parte das vezes, há apenas abatimento do valor do condomínio referente a gastos comuns;
- O morador é a melhor pessoa para compreender as reais necessidades do condomínio;
- Há possibilidade de encontrar uma pessoa com talento para gestão entre todos os condôminos;
- Em caso de emergência, há maior prontidão no atendimento aos demais moradores.
Desvantagens
- Nem sempre há pessoas dispostas a assumir o cargo. A indisposição dos habitantes em relação a isso acaba criando um clima de constrangimento nas assembleias gerais;
- Às vezes, o morador eleito não tem conhecimento suficiente de gestão de condomínios para assumir o cargo. Administrar um condomínio requer domínio técnico de inúmeros assuntos, tais como contabilidade e gestão de pessoas;
- A falta de preparo do síndico morador pode expor os demais condôminos a diversos riscos, tais como passivos trabalhistas e multas;
- A gestão interna, geralmente, é menos transparente que a profissional, expondo a vulnerabilidade financeira do condomínio;
- Em alguns casos, a mesma pessoa continua no cargo durante anos por falta de interesse dos outros moradores, o que pode prejudicar a gestão condominial já que não há oxigenação na forma de administrar.
Síndico profissional
Contratar um síndico profissional é uma alternativa em condomínio no qual há grande demanda de serviço ou até mesmo que busca uma gestão mais técnica.
O síndico profissional tem formação variada, porém, é comum que ele seja graduado em Administração. Atua como autônomo, prestando serviço a diversos condomínios simultaneamente.
O papel deste trabalhador está previsto em lei desde 1964 (Lei 4.591/1964), mas vem ganhando mais destaque no mercado de trabalho na última década.
Conheça os benefícios e as desvantagens da sua contratação.
Vantagens
- Maior conhecimento específico para atuação da área;
- Disponibilidade para gerir diversas demandas simultaneamente, em condomínios grandes;
- Maior tempo de dedicação diária, já que se trata de um emprego;
- Aplicação de metodologias mais eficientes de trabalho;
- Maior imparcialidade na resolução de conflitos entre moradores;
- Mais facilidade em destituí-lo, caso seja necessário;
- Costumam ser mais rigorosos no cumprimento das normas do regimento interno;
- Os próprios moradores se sentem mais à vontade caso haja necessidade de cobrar alguma informação ou posição.
Desvantagens
- Como se trata de um prestador de serviço contratado, o custo tende a ser maior do que de um síndico morador;
- Normalmente, o síndico profissional é responsável pela gestão simultânea de vários condomínios, o que pode fazer com que o tempo de resposta dele aos problemas emergenciais seja maior.
E as administradoras?
Independentemente do tipo de síndico, é importante ressaltar que a eleição não elimina a necessidade de contratação de uma administradora, principalmente, em condomínios maiores.
A administradora tem como função assumir as tarefas administrativas previstas em contrato, tais como:
- Convocar e organizar as assembleias gerais;
- Gerir convênios;
- Fazer controles contábeis;
- Pagar as despesas mensalmente;
- Cumprir as normas legais no que diz respeito, por exemplo, à questões trabalhistas e de segurança contra incêndio.
Paralelamente, o síndico deve fiscalizá-la e ser responsável por responder civilmente aos danos causados ao condomínio durante a sua gestão.
Isso significa que se ele não respeitar a legislação e a convenção do condomínio poderá responder a processo em um foro eleito ou na Vara Cível. Principalmente, se as suas atitudes causarem danos aos condôminos ou a terceiros.
Então, o que é melhor para o meu condomínio?
Tendo em vista todos os aspectos positivos e negativos de eleger um síndico morador ou um síndico profissional, pode-se concluir que a escolha de um dos dois deve se basear no perfil do condomínio.
Ambos são passíveis de fazer uma boa gestão e até mesmo de errar.
Portanto, não basta apenas participar da eleição do profissional e da escolha da administradora.
A gestão de um empreendimento deve ser acompanhada de perto pelos demais moradores. Afinal, o condomínio deve ser visto como um bem comum.